Turismo só tem a ganhar com diversificação de meios de pagamentos e personalização

A empresa de sistemas de pagamentos holandesa Ayden elegeu três áreas onde defende que os players do turismo devem apostar em força para tirar partido das mudanças nos hábitos de consumo dos seus clientes, ao longo dos últimos dois anos.
Diversificar formas de pagamento é considerada uma prioridade máxima. O último relatório da empresa mostra que apenas 33% dos serviços de hospitalidade em Portugal tem uma estratégia formal e ativa de digitalização, na área dos pagamentos, ainda que a esmagadora maioria (92%) reconheça a sua importância.
Na mesma pesquisa, 85% dos hotéis apontaram o smartphone como meio de pagamento cada vez mais utilizado pelos hóspedes, para realizar as suas compras e também se constata que 27% dos jovens em Portugal garantem já só fazer pagamentos através do telemóvel ou de carteiras digitais, como o Google Pay ou Apple Pay.
As empresas têm procurado responder a esta tendência e a grande maioria dos hotéis já disponibiliza opções de pagamento na app do hotel (83%), via QR Code (83%), digital wallets (67%) e auto check-out (67%), para chegar a um maior número de clientes.
Aposta na tokenização. A Ayden constata que embora a pandemia tenha levado muitos sectores a digitalizar as suas experiências de checkout e a adotar novos hábitos, como códigos QR em vez de um menu físico, ou opções de pagamento através de e-wallets, ainda há um longo caminho a percorrer.
«A tokenização desempenha um papel chave nessa evolução, já que aumenta a segurança do hóspede, ao reduzir a exposição de dados sensíveis dos cartões, ao mesmo tempo que melhora significativamente a sua mobilidade pelo hotel», defende a empresa.
Tem a vantagem de funcionar de forma simples e ter custos baixos. Os dados do cartão do cliente são recolhidos durante a sua reserva online, ou no check-in, e são encriptados e substituídos por um token seguro, que pode ser usado em todas as compras durante a estadia.
Esta é, no entanto, uma ferramenta pouco usada em Portugal. O Retail Report da Adyen revela que 69% dos consumidores não gostam de ver os seus dados armazenados e que só 17% aceitaria este processo, desde que estivesse associado a alguma pergunta de segurança para verificar a identidade.
Personalizar. Este é um tópico que as empresas já consideram muito relevante, com nove em cada 10 a atribuir especial importância à capacidade de identificar os clientes habituais, para poder dirigir-lhes descontos. Os consumidores, por seu lado, dizem que as empresas do sector têm um longo caminho a percorrer, principalmente no que diz respeito a recompensas e fidelização: 69% dos inquiridos pela Ayden considera que os programas de fidelização raramente lhes oferecem coisas que realmente querem ou usariam.
Em suma, a oferta de diferentes métodos de compra é uma realidade para o utilizador e para o mercado em geral. A tendência é que o sistema se torne cada vez mais digital, mais ágil, e mais personalizado no que diz respeito às diversas opções de pagamento exigidas por cada consumidor.
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