Universidade de Coimbra: Inteligência artificial também pode servir para identificar primatas na selva
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra integra um projeto que usou a inteligência artificial para criar um software capaz de detetar e reconhecer rostos de primatas em ambiente selvagem.
O software foi desenvolvido ao longo de dois anos por uma equipa de cientistas do Primate Models Lab da Universidade de Oxford, no Reino Unido e pelo Centre for Functional Ecology da FCTUC e os resultados da investigação já foram publicados na revista Science Advances.
A FCT da Universidade de Coimbra explica que a inovação recorre aos últimos avanços de deep learning, para detetar, rastrear e reconhecer rostos individuais de chimpanzés na natureza e é um contributo importante para poupar tempo e recursos na análise de vídeo.
«Este estudo é o primeiro a rastrear e reconhecer continuamente indivíduos numa ampla variedade de poses e executa com alta precisão vídeos mais complexos, caracterizados por condições naturais variáveis, como baixa iluminação, baixa qualidade de imagem e desfoque do movimento», explica uma nota da FCTUC.
Susana Carvalho, coordenadora da investigação, acrescenta que muitas foram já as tentativas para criar sistemas de identificação automática como este, mas sem grande sucesso devido, sobretudo, às condições das filmagens realizadas em ambiente natural.
O software agora criado, defende a investigadora, vai permitir descodificar informação registada em milhões de vídeos ao longo dos anos, que em muitos casos podem documentar diferentes fases da vida de vários primatas. Será ainda um contributo importante para a preservação desta espécie para já e de outras no futuro, já que continua a ser trabalhado para poder ser usado com outras espécies.
Para treinar o modelo computacional que serve de base ao software, os investigadores utilizaram mais de 10 milhões de imagens do rosto de chimpanzés selvagens da Guiné Conacri, a partir do arquivo de vídeo da Universidade de Quioto.
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