Vender online ainda é pouco habitual para as empresas em Portugal
A maioria das empresas em Portugal (62%) já têm presença online, mas para boa parte destas organizações a internet continua a ser apenas uma montra que, pelo menos diretamente, não contribui para aumentar vendas. O estudo E-Commerce & Last Mile 2023 da Deloitte, para a Associação Portuguesa de Logística, apurou que só 16% das empresas locais vendem online, seja através do site ou das redes sociais.
Os números obtidos junto das empresas que vendem online, no entanto, revelam que esta é uma aposta com retorno importante. Em média, as vendas online representam quase um quarto das vendas (23%), sendo mais relevantes em sectores como o vestuário e a moda, eletrónica ou “beleza, higiene pessoal e doméstica”.
O mesmo estudo mostrou que 64% dos inquiridos, que já compraram online, têm intenção de voltar a comprar desta forma e 71% admitem preferir esta opção ao invés de uma deslocação à loja física. No último ano, 53,4% dos portugueses fizeram compras online, número que traduz um crescimento de 6,6 pontos percentuais face ao período pré-pandemia e a percentagem deve continuar a aumentar – em 2025 deve chegar aos 56,8%.
Em linha com o crescimento do número de utilizadores e do volume de compras, o valor do mercado também deve crescer para valer já este ano 7,13 mil milhões de euros e em 2025 9,3 mil milhões.
Quem compra online privilegia questões como a segurança e a experiência de compra, com 83% dos utilizadores a valorizarem tanto este aspeto, como a qualidade dos produtos comprados. Já 79% dos inquiridos diz que sentiu os seus dados bem protegidos online, algo relevante porque há correlação direta entre a perceção de segurança e proteção dos dados e a frequência de compras
O processo de devolução é outro tópico relevado pelos consumidores, com 76% dos
inquiridos a considerarem as devoluções gratuitas uma das características mais relevantes no processo de compra online.
Com os clientes cada vez mais disponíveis para comprar online e os fatores de sucesso para uma transação online bem-identificados, o estudo da Deloitte sublinha a oportunidade que o comércio eletrónico representa para as empresas locais.
Alguns aspetos podem ser trabalhados para maximizar ainda mais esta oportunidade. Entre eles, a velocidade dos websites de e-commerce em Portugal que, em geral, é inferior à
recomendada, afetando a experiência de navegação do consumidor. Face a 2020 o estudo conclui que este indicador melhorou, na quase totalidade dos operadores analisados, mas continuam a registar-se tempos de carregamento superiores ao esperado.
O estudo analisou uma amostra de 186 empresas com loja online e operação em Portugal e 555 respostas recolhidas junto de consumidores. 74% das empresas analisadas têm também loja física.
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