Watson vigia cibersegurança
O supercomputador Watson da IBM vai estar disponível para a área da cibersegurança, naquilo que a empresa chama de «primeira tecnologia de inteligência aritificial» desenhada para Centros de Operações de Segurança (SOC) cognitivos.
O anúncio foi feito depois da empresa ter completado o treino do supercomputador em linguagem de cibersegurança no ano passado, com a absorção de cerca de um milhão de documentos na área. O objetivo é ajudar os especialistas de segurança a analisar milhares de relatórios com a ferramenta.
O mercado do Watson em Portugal é pequeno, mas já tem alguns casos de referência – a Novabase trabalhou com a IBM para adicionar capacidades cognitivas à solução Wizzio, para o sector financeiro. Agora, a tecnológica norte-americana espera conquistar uma das áreas mais quentes do mercado, focando-se nos Centros de Operações de Segurança.
«A plataforma Cognitive SOC é agora uma realidade para todas as empresas que procuram passar ao lado das crescentes redes de cibercriminosos e das ameaças de próxima geração», sublinhou Denis Kennelly, vice-presidente de Desenvolvimento e Tecnologia da IBM Security, sobre o lançamento. O executivo refere-se à nova plataforma cognitiva para Centros de Operações de Segurança, que vai encarnar a aplicação do Watson ao segmento e combina tecnologias cognitivas avançadas com operações de segurança. A ideia é fornecer a capacidade de responder a ameaças através de pontos de acesso, redes, utilizadores e nuvem.
Kennelly sublinha ainda que os investimentos feitos no Watson para esta área deram origem a várias inovações num curto espaço de tempo, menos de um ano. «Combinar as capacidades únicas da inteligência do homem e da máquina será fundamental para a próxima etapa na luta contra o cibercrime», defende.
A peça central da plataforma é o IBM QRadar Advisor with Watson, uma nova aplicação disponível na IBM Security App Exchange. É a primeira ferramenta a tirar partido do corpo de informações sobre segurança incorporado no Watson.
Em Portugal, o responsável de vendas de segurança da IBM, Rui Barata Ribeiro, sublinha que este é um desafio superado pela empresa, com a «introdução de capacidades de computação cognitiva numa indústria tão ‘esotérica’ e tão cheia de jargão técnico como a da Segurança da Informação.» O executivo lembra que este mercado sofre de uma falta crónica de recursos, pelo que a automação é necessária.
«O IBM Watson traduz um trabalho de sublimação pela sua capacidade de lidar com problemas de segurança de diferentes formas, resultado da iteração de dezenas dos maiores analistas de segurança do mundo. Ao disponibilizar um sistema capaz de apreender conceitos complexos e raciocinar perante problemas específicos, a IBM está a dar um grande passo em frente nesta indústria», diz o responsável da subsidiária portuguesa à Ntech.news.
Não é preciso justificar a iniciativa, dada a importância crescente da segurança nas empresas, mas a tecnológica cita resultados preocupantes de vários estudos feitos recentemente pela IBM Research. Um desses relatórios reporta que as equipas de segurança encontram uma média de 200 mil eventos de segurança por dia, perdendo mais de 20 mil horas por ano à procura de falsos positivos. O IBM Cyber Security Intelligence Index de 2016 prevê a duplicação do número de incidentes de segurança nos próximos cinco anos. Há também maior preocupação com a crescente regulamentação a nível mundial.
O foco da IBM com este lançamento está nos analistas de segurança. A empresa refere que as tecnologias cognitivas vão aumentar a sua capacidade de preencher lacunas e agir com rapidez e precisão. «A solução ajuda na investigação de potenciais ameaças ao correlacionar as capacidades de processamento de linguagem natural do IBM Watson, que recolhem informações de blogues de segurança, sites, documentos de investigação e outras fontes, com informações sobre ameaças e incidentes de segurança do QRadar, o que pode encurtar de semanas e dias para minutos a descoberta de novas ameaças», destaca a Big Blu’.
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