Cruzr é um novo robô humanoide que gosta de interagir com as pessoas

Com braços e mãos flexíveis, o Cruzr é um novo robô humanoide que chega agora a Portugal pelas mãos da Beltrão Coelho. «O Cruzr é considerado um robô social, ou seja, gosta de interagir com os seres humanos», explicou ao Ntech.news, Eduardo Lucena, responsável pela divisão de robótica da Beltrão Coelho.
Na realidade, toda a «interação com o Cruzr deve ser a mais natural possível» sendo que «para isso contribui o facto de ele ser humanoide, ter braços e mãos» bem como «microfones que reconhecem a entoação de uma voz e sensores que entendem de onde partiu a voz». Eduardo Lucena explica que o robô conta ainda com «câmaras que reconhecem uma face e sabem identificar o estado emocional da pessoa que está a falar com ele», além de conseguir «interagir com um ser humano através de um chat de perguntas e respostas pré-programadas».
Desenvolvido pela empresa chinesa UBTech, que atua na área de IA e robôs humanoides, o Cruzr “nasce” depois de, em 2018, a UBTECH ter obtido uma avaliação de 5 mil milhões de dólares «após a maior ronda de financiamento da história para uma empresa de robótica». Na sequência desta ronda, a empresa chinesa aproveitou a CES 2019 para apresentar ao mundo o WALKER, também um robô humanoide bípede com braços e mãos que conseguem segurar e transportar coisas.
Foi o momento certo para a Beltrão Coelho fazer «uma proposta de parceria» à UBTECH «que foi aceite» e que permite agora à empresa lusa «participar de toda esta revolução tecnológica», refere Eduardo Lucena.
O Cruzr tem duas aplicações práticas: a primeira é ajudar as pessoas «a prestarem um melhor serviço aos seus clientes». Nesse sentido, ele poderá informar, guiar, responder, mostrar, animar, solicitar feedback, obter dados e até efetuar uma venda, se o cliente assim pretender».
A segunda aplicação tem a ver com a ativação das marcas nos eventos, ou seja, um cliente que contrate o Cruzr para ativar a sua marca num evento «estará a aumentar a experiência do consumidor com a marca, já que o Cruzr dará vida à personalidade da marca, além de criar uma áurea tecnológica em torno da marca».
Questionado sobre a principal diferença entre o Cruzr e outros robôs humanoides já existentes, o responsável da Beltrão Coelho explica que «tem a ver com o SLAM (Simultaneous localization and mapping)», ou seja, «o Cruzr é o robô humanoide mais avançado em termos de localização e mapeamento num espaço desestruturado». Desta forma, refere Eduardo Lucena, «um cliente que contrate os seus serviços poderá dar-lhe rotas autónomas de deslocação e pontos no mapa onde poderá interagir, sem se preocupar se o robô irá bater contra um vidro ou cair de uma escada».
A trabalhar com o Cruzr há cerca de um mês, a Beltrão Coelho tem já em mãos solicitações para provas de conceito, por exemplo, para «um museu no Porto» e «para uma grande loja de retalho».
Eduardo Lucena diz acreditar que «os robôs de serviço são um enorme oceano azul de oportunidades» já que «as aplicações são vastas, quase infinitas». Em Portugal esta é uma realidade algo nova, «mas noutros países eles já estão a entrar com força». Com o Cruzr, a Beltrão Coelho «passa a disponibilizar para as empresas um robô social com deslocação autónoma».
Este responsável recorda que a sua empresa iniciou a comercialização de robôs de serviço com a Sanbot em 2018, e «foi um grande sucesso». Na realidade, «foi tão positivo que fez com que avançássemos para a parceria com a UBTECH e o Cruzr».
Em termos dce perspetivas de negócio, Eduardo Lucena revela-se otimista, «mas sempre com os pés no chão». Na verdade, «por se tratar de uma categoria nova no mercado, é preciso partirmos muitas pedras» e explicar às empresas «as vantagens de se contratar um robô como o Cruzr».
Por outro lado, importa também ser «muito flexíveis quanto à forma de pagamento». Assim sendo, «para o cliente que deseja ter um robô por apenas alguns dias» a Beltrão Coelho apresenta a modalidade de aluguer. Para a empresa que pretenda usufruir dos serviços do Cruzr por um período mais alargado, o robô poderá ser vendido, «já com uma solução de software configurada e personalizada».
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