Quando a transformação digital falha, o problema raramente é a tecnologia

A transformação digital não é uma corrida pela adoção da tecnologia mais recente, mas uma maratona de adaptação humana e organizacional. Apesar de os investimentos em digitalização continuarem a crescer, muitas empresas ainda tropeçam naquilo que deveria ser o seu maior trunfo: as pessoas.
Um estudo da Gartner revela que apenas 48% das iniciativas digitais alcançam o sucesso, enquanto a McKinsey indica que 45% dos projetos geram retornos abaixo das expectativas. A explicação está, muitas vezes, na ausência de uma estratégia de gestão da mudança capaz de preparar e envolver os colaboradores.
«Sem uma estratégia de gestão de mudança bem estruturada, as iniciativas digitais ficam aquém do seu potencial», alerta Joana Duarte, diretora da Qualidade da Opensoft. De acordo com esta responsável, as organizações conseguem acelerar a adoção de novas tecnologias, minimizar resistências internas e maximizar o retorno do investimento quando «investem na capacitação das equipas e na liderança colaborativa desde o início». Ou seja, Mais do que uma questão técnica, a transformação digital é um exercício de liderança, cultura e aprendizagem.
É neste contexto que a Opensoft, empresa portuguesa especializada em soluções tecnológicas, destaca três estratégias de gestão de mudança que podem acelerar a transformação digital nas organizações.
1. Colaboração e alinhamento executivo
Antes de qualquer implementação, é crucial definir quais os processos a modernizar, medir o impacto esperado e estabelecer metas concretas como, reduzir tempos de resposta ou aumentar a eficiência operacional. O sucesso depende de um alinhamento claro entre a estratégia tecnológica e a estratégia de negócio, conduzido por uma equipa multidisciplinar com autoridade para co-liderar o processo e garantir uma responsabilidade partilhada pelos resultados.
2. Comunicação eficaz
A comunicação é o fio condutor da mudança. Deve ser transparente, segmentada e contínua, esclarecendo objetivos, progresso e impactos. A monitorização de resultados e a recolha sistemática de feedback permitem ajustar o rumo e manter a motivação das equipas. Esta prática reforça a confiança interna e ajuda a mitigar resistências, sobretudo em fases de transição mais sensíveis.
3. Capacitação tecnológica
A adoção tecnológica só é eficaz quando as pessoas estão preparadas para utilizá-la. Envolver as equipas na seleção e conceção das soluções digitais aumenta o compromisso e a eficácia do processo. O investimento em competências digitais, desde a análise de dados à cibersegurança, potencia o valor das tecnologias implementadas e reduz a resistência à mudança. A formação deve ser prática, ajustada às funções e integrada nos fluxos de trabalho do dia a dia.
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