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As ameaças que se seguem em 2019

Publicado em 30 Novembro 2018 por Ana Rita Guerra | 2079 Visualizações

Segurança Informática

Quem nunca ouviu falar de “vaporworms” vai conhecê-los em 2019. É uma das novas ameaças de cibersegurança que deverá crescer no próximo ano, segundo as previsões da especialista WatchGuard Technologies, que avisa para este formato incipiente de ataques. Trata-se de uma nova geração de malware sem ficheiro, com propriedades semelhantes a worms que permitem a autopropagação em sistemas vulneráveis. É mais difícil de ser identificado e bloqueado pelos sistemas de deteção tradicionais de endpoints, por ser executado na memória e sem deixar um ficheiro no sistema infetado.

O relatório da WatchGuard inclui oito previsões baseadas nas tendências em crescimento que foram detetadas nos últimos doze meses. Uma das mais preocupantes é a possibilidade de ataques globais à Internet, sendo que a empresa prevê mesmo que «uma organização hacktivista ou um estado-nação lançará um ataque coordenado contra a infraestrutura da Internet em 2019.» O ataque DDoS de 2016 contra o prestador de serviços de alojamento web Dyn mostrou como é possível que uma ofensiva contra um fornecedor deite abaixo os principais sites do mundo.

Há ainda a destacar o surgimento de chatbots maliciosos em sites legítimos, transformando em arma uma das ferramentas alimentadas a inteligência artificial que mais cresceu nos últimos tempos. Com alguma engenharia social, os atacantes tentarão levar as vítimas a clicarem em links maliciosos, a descarregarem ficheiros ou a entregarem informações privadas. É um desastre à espera de acontecer.

O mesmo grau de preocupação é devotado à autenticação biométrica, já que a WatchGuard prevê que um ataque de grande dimensão «marcará o princípio do fim da autenticação de fator único.» Os piratas «procurarão tirar partido do falso sentimento de segurança que estes sistemas transmitem», o que levará à proliferação de soluções de autenticação multi-fator (MFA).

O ransomware voltará a estar no topo das ameaças, desta vez direcionado a sistemas de controlo industrial e de fornecimento de serviços básicos com o intuito de provocar blackouts. Estes ataques «irão causar o caos em 2019», exigindo resgates milionários: o valor médio deverá crescer 6500%, dos 300 para os 20 mil dólares por ataque. As consequências serão graves, com apagões em cidades e a perda de acesso a serviços públicos por parte dos cidadãos. 

No que respeita a acessos, os especialistas da WatchGuard preveem que uma rede Wi-Fi WPA3 será atacada, recorrendo ao uso de falsos Pontos de Acesso, Pontos de Acesso “Evil Twin”, ou a outra das seis categorias de ameaças às redes Wi-Fi definidas pelo Trusted Wireless Environment Framework.

Em termos de ameaças geopolíticas, a ONU deverá impor a assinatura de um Tratado para mitigar os ataques ordenados por Estados, estando na mira ataques multidireccionados – às operações de transporte, sistemas financeiros, serviços de fornecimento de uma cidade ou país – tendo como objetivo esconder uma operação com outros propósitos.


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