Blockchain será «incontornável» nas cadeias de distribuição

A tecnologia blockchain, que permite criar um registo inviolável de transações numa base de dados para todas as partes envolvidas, será «incontornável» nas cadeias de distribuição até 2025, diz um novo estudo do Capgemini Research Institute. A pesquisa aponta para uma democratização da tecnologia, que nos últimos anos passou de plataforma de base para moedas digitais para ferramenta com potencial para revolucionar sectores como a logística, o retalho, a produção diamantífera e até negócios ligados à ecologia.
O cenário é bastante incipiente neste momento: apenas 3% das empresas está a usar blockchain em larga escala e só 10% possuem um projeto piloto. Mas entre os pioneiros, a maioria (60%) diz que a tecnologia já se está a transformar na forma preferencial de registo transacional com os parceiros. Estes pioneiros pretendem aumentar em mais 30% os seus investimentos em blockchain nos próximos três anos.
Por detrás do entusiasmo estão a redução de custos (89%), a otimização da rastreabilidade (81%) e o nível de transparência (79%). O blockchain, que permite entregar informações de forma mais segura, rápida e transparente, tem forte aplicabilidade nas funções críticas da cadeia de distribuição. O estudo da Capgemini identificou 24 casos diferentes de utilização em várias indústrias, tal como a luta contra a contrafação na Starbucks e o rastreio de bens de consumo na Nestlé, Unilever e Tyson Foods.
Embora a esmagadora maioria das empresas ainda esteja em fase experimental, há dois países na Europa na linha da frente – Reino Unido e França, onde há numerosos projetos piloto. Em termos de investimento, é nos Estados Unidos que o segmento está mais avançado.
«Atualmente existem vários casos de utilização que são muito prometedores e que demonstram bem os benefícios que o blockchain pode oferecer através da otimização da cadeia de distribuição», explica Sudhir Pai, diretor de tecnologia de Serviços Financeiros da Capgemini. «No entanto, esta tecnologia não constitui uma solução milagrosa que possa ser aplicada indiscriminadamente a todos os níveis da cadeia de distribuição numa empresa», avisa.
O responsável da Capgemini refere que o retorno do investimento ainda não foi medido e as empresas que queiram implementar a tecnologia devem primeiro «repensar os seus modelos de negócio e os seus processos», além de fazerem parcerias estratégicas ao longo da cadeia de distribuição para criarem um ecossistema de blockchain integrado. Estes são os dois aspetos mais complexos: garantir um ROI adequado e a interoperabilidade na cadeia de distribuição, algo que deverá ser resolvido nos próximos anos.
As experiências em blockchain terão um pico em 2020, prevê o estudo, porque será quando as empresas começarão a por em prática as suas provas de conceito.
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