Bosch explica (e mostra) o que está a fazer para equipar táxis voadores
O futuro do transporte urbano passa pelos céus. É uma alternativa para fugir aos congestionamentos de trânsito que cada vez mais param a mobilidade nas cidades e não faltam empresas a trabalhar em soluções deste género.
A Bosch está a fazer o mesmo. Não pretende criar o seu próprio veículo aéreo, mas tem estado a trabalhar numa forma de levar a tecnologia que já produz e integra em automóveis para a circulação aérea e está a criar uma unidade de controlo universal para táxis voadores autónomos.
A plataforma reúne dezenas de sensores, como os que são usados nos carros e a fabricante garante que é a alternativa ideal à tecnologia aeroespacial que é cara, volumosa e pesada para usar em veículos de pequenas dimensões, como um táxi voador.
«A unidade de controlo universal é projetada para garantir a capacidade de determinar a posição dos táxis voadores de forma instantânea e constante, permitindo o seu controlo com precisão e segurança», explica a empresa.
«Os sensores de aceleração e taxa de viragem, que medem os movimentos dos veículos voadores e o ângulo de ataque, são alguns dos exemplos de sensores que permitem recolher e analisar os dados necessários para que isso aconteça», acrescenta.
A proposta da Bosch passa por equipar os táxis voadores autónomos com sensores MEMS (sistemas microeletromecânicos), tecnologia que desenvolve para automóveis veículos há 25 anos e que permite indicar às unidades de controlo de dados se o carro está a travar ou acelerar, qual a sua direção, etc.
No caso do sistema criado para táxis voadores, o sistema também integra acelerómetros, que permitem medir os movimentos da aeronave, sensores internos de taxa de viragem e sensores de campo magnético (medem o posicionamento), para além de sensores de pressão, que utilizam a pressão barométrica para medir a altitude e as leituras de pressão dinâmica, determinando a velocidade do veículo em cada momento.
Marcus Parentis, chefe da equipa de tecnologia da Bosch responsável pelo projeto, explica que os sensores que a fabricante está a criar são pequenos e leves e podem ser implementados pelos fabricantes nos seus táxis voadores numa lógica plug and play, o que tornará o segmento acessível a um leque alargado de fornecedores.
“Os primeiros táxis voadores deverão sobrevoar os céus das principais cidades a partir de 2023. O objetivo é que a Bosch assuma um papel de liderança na formação deste mercado”, afirma Harald Kröger, presidente da divisão Bosch Automotive Electronics.
Um estudo do Boston Consulting Group antecipa que em 2030 os táxis voadores façam mil milhões de voos em todo o mundo. Para cidades como Dubai, Los Angeles, Dallas e Singapura está programado o início de voos de teste no âmbito de diferentes projetos já no próximo ano. As operações comerciais devem avançar três anos mais tarde.
A Bosch garante que já está em negociações com fabricantes da indústria aeroespacial envolvidos no desenvolvimento de táxis aéreos e com fabricantes automóvel com projetos na mesma área.
Publicado em:
AtualidadePartilhe nas Redes Sociais