IA dá nova esperança à luta contra o cancro

A Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Sul (LPCC-NRS) anunciou qual o projeto vencedor da sua mais ambiciosa bolsa de investigação até à data. Com um valor inédito de 100 mil euros, a bolsa “Investigação em Oncologia na Era da Inteligência Artificial” foi atribuída à investigadora Rita Leonor Álvares Cabral de Figueiredo Fior Sousa Soares, da Fundação Champalimaud. O projeto “AI-Empowered High-Throughput Analysis of Patient-derived Zebrafish Xenografts for Personalized Cancer Treatment”, aposta na convergência entre a biotecnologia e a inteligência artificial para acelerar a identificação de terapias eficazes adaptadas a cada doente oncológico.
A atribuição da bolsa é fruto de uma parceria estratégica entre o Núcleo Regional do Sul da LPCC e o Município de Oeiras, que assegurou a totalidade do financiamento. Esta colaboração insere-se numa visão comum de aposta na inovação científica e no reforço do combate ao cancro em Portugal.
«É com grande orgulho que o Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro apoia, mais uma vez, a investigação científica de qualidade. Esta bolsa simboliza o nosso compromisso contínuo com a ciência, a inovação e, acima de tudo, com os doentes oncológicos, para que possamos, através da investigação de excelência, dar passos de extrema importância na luta contra o cancro, com impacto na vida das pessoas», afirmou Francisco Cavaleiro de Ferreira, presidente da LPCC-NRS.
Para além do projeto vencedor, foram ainda atribuídas duas menções honrosas, sem apoio financeiro, a investigadores do Gulbenkian Institute of Molecular Medicine (GIMM), reconhecendo a qualidade e o potencial disruptivo das suas propostas. Sérgio Alexandre Fernandes de Almeida foi distinguido pelo projeto AI-Powered Discovery of R-loop Modulators for Precision Oncology, que utiliza IA para descobrir moduladores de R-loops com impacto na oncologia personalizada. Miguel Augusto Rico Botas Castanho recebeu menção honrosa pelo projeto AI4BrainMets, que alia design de proteínas com modelos in vitro de nova geração no combate às metástases cerebrais do cancro da mama.
«Acreditamos firmemente que o conhecimento científico deve traduzir-se em resultados concretos. Por isso, continuamos a apoiar quem está na linha da frente da ciência, promovendo a colaboração entre universidades e centros de investigação», declarou Isaltino Morais, presidente da Câmara Municipal de Oeiras.
A primeira edição da bolsa contou com 19 candidaturas submetidas até 30 de abril, oriundas de instituições científicas nacionais de referência. O processo de avaliação foi conduzido por um júri externo de especialistas nacionais e internacionais composto por António Medina de Almeida (Hospital da Luz/Universidade Católica), Noel Miranda (Universidade de Leiden), Arlindo Oliveira (IST/INESC), Ahmed Mahfouz (Universidade de Leiden) e Tanja Alderliesten (Universidade de Leiden).
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