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IA ou AI? O melhor dos dois para revolucionar o trabalho

Aldis Ērglis, Chairman da Emergn

Publicado em 21 Janeiro 2025 por Ntech.News | 72 Visualizações

No mundo empresarial, ouvimos frequentemente falar sobre o poder transformador da Inteligência Artificial (IA). Contudo, é na combinação com a automação inteligente (AI) que a IA realmente revela todo o seu potencial. Esta parceria não só redefine o conceito de produtividade, como também altera a forma como encaramos o trabalho e a tecnologia. Mas, na ânsia de adotar estas ferramentas, será que as empresas estão a considerar as suas implicações de forma consciente?

Na minha opinião, a automação inteligente é a peça-chave, mas exige uma abordagem cuidadosa e planeada para realmente fazer a diferença. Esta tecnologia não é só uma ferramenta para fazer mais e mais depressa. É uma oportunidade para transformar os processos internos de uma organização e o papel dos seus colaboradores.

Imaginemos o cenário em que tarefas rotineiras e burocráticas, como a gestão de documentos ou o processamento de dados, são automatizadas. A IA analisa o conteúdo, identifica padrões e delega decisões preliminares a sistemas automatizados. E o ser humano? Fica livre de tarefas repetitivas, stressantes e pouco desafiantes, para que o foco possa estar onde realmente faz a diferença.

No entanto, e aqui surge a minha preocupação, o entusiasmo em torno da automação inteligente muitas vezes leva a implementações apressadas e mal pensadas. As empresas que não se preparam adequadamente acabam por enfrentar desafios que poderiam ter sido evitados. Um dos erros mais comuns? Ignorar a base: os dados.

A automação e a IA, por mais avançadas que sejam, são tão boas quanto os dados que as alimentam. Se uma empresa opera com bases de dados desorganizadas, incompletas ou inconsistentes, os resultados serão, inevitavelmente, frustrantes. Pergunto-me como tantas organizações ignoram este passo essencial. Será que estão tão focadas nos resultados prometidos que esquecem o básico?

Além disso, a falta de preparação e de formação interna cria um ambiente de insegurança para os colaboradores. Estas tecnologias são muitas vezes vistas como um “inimigo” que vem roubar empregos, quando, na verdade, pode ser a solução para melhorar o trabalho e torná-lo mais significativo. Mas sem um esforço consciente para comunicar esta visão e capacitar as pessoas, o impacto pode ser mais negativo do que positivo.

É aqui que entra a verdadeira magia da automação inteligente. Quando bem implementada, esta tecnologia transforma-se num parceiro silencioso, mas essencial. Em vez de substituir, complementa. Em vez de competir, colabora. No final, o objetivo é claro: deixar que as máquinas façam o que sabem fazer melhor—tarefas repetitivas e previsíveis—e que os humanos se concentrem no que os torna únicos—a criatividade, o julgamento e a capacidade de resolver problemas complexos.

Na minha opinião, a automação inteligente não é só um complemento para a IA; é a chave para desbloquear as suas verdadeiras qualidades. Mas esta revolução tecnológica exige algo mais do que entusiasmo: preparação, planeamento e, acima de tudo, respeito pelas pessoas que a irão utilizar.

Por isso, antes de implementar estas tecnologias, há que questionar: a minha empresa está preparada? Os meus dados estão organizados? Os colaboradores compreendem os benefícios e sentem-se capacitados? Se a resposta for “não”, talvez seja melhor parar, refletir e planear. A automação inteligente tem um potencial enorme, mas só será aliada da inteligência artificial se for usada para servir as pessoas e não o contrário. Afinal, são as pessoas que fazem a diferença.


Publicado em:

Opinião

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