Indústria da robótica crescerá para 218 mil milhões de dólares até 2030
A indústria da robótica, presente há décadas em ambientes industriais, está prestes a entrar numa nova fase de crescimento, impulsionada pelos avanços tecnológicos. De acordo com previsões da GlobalData, o setor da robótica deverá crescer a uma taxa composta anual de 14%, passando de 76 mil milhões de dólares em 2023 para 218 mil milhões de dólares em 2030.
O relatório da GlobalData, intitulado “Thematic Intelligence: Robotics”, classifica os robôs em duas categorias: industriais e de serviço. Enquanto os industriais são utilizados, principalmente, em fábricas para automatizar processos de produção, os de serviço ajudam os profissionais em ambientes não industriais, como lares e hospitais. O estudo também analisa a cadeia de valor da robótica, os principais intervenientes na indústria e as recentes inovações tecnológicas, desenvolvimentos macroeconómicos e regulamentares que influenciam o setor.
O papel da IA e da computação na nuvem
A inteligência artificial (IA) e a computação na nuvem são essenciais para o desenvolvimento de robôs inteligentes, capazes de se anteciparem e adaptarem a diferentes situações com base em dados obtidos por vários sensores, como câmaras 3D, scanners e sensores de obstáculos. A IA permite que os robôs tomem decisões de forma independente e se desloquem autonomamente, embora com algumas restrições.
Carolina Pinto, analista na GlobalData, afirma: «Hoje, os robôs de serviço são mais uma novidade do que uma ferramenta útil. Robôs de cuidados de saúde, projetados para colmatar a escassez de pessoal em hospitais e lares, acabam por gerar mais trabalho para os funcionários, que têm de mover, limpar e monitorizar estes robôs. As tecnologias de IA e na nuvem irão desbloquear todo o potencial dos robôs, transformando-os em máquinas autónomas.»
Robôs humanóides: da ficção à realidade
Embora a ideia de robôs humanóides gere imagens de ficção científica, o interesse e o investimento nesta área estão a crescer. Estes robôs, que imitam a forma e os movimentos humanos, são vistos como soluções para a crescente escassez de mão de obra nas economias desenvolvidas e para substituir humanos em ambientes perigosos.
Startups especializadas em robôs humanóides, como a Figure AI, UBtech Robotics e 1X Technologies, receberam mais de mil milhões de dólares em investimentos privados em 2024. No entanto, Carolina Pinto ressalva que os robôs humanóides ainda têm um longo caminho a percorrer até à produção em massa. «São necessárias mais inovações em navegação autónoma e comunicação, e o hardware tem de se tornar significativamente mais acessível», refere a analista.
Apesar do potencial dos robôs humanóides, há dúvidas sobre a sua eficácia em comparação com os robôs não humanóides já amplamente utilizados em fábricas e armazéns. Carolina Pinto conclui que é ainda incerto saber se os humanóides «serão mais adequados do que os robôs não humanóides já existentes nas indústrias de manufatura, saúde, hotelaria e alimentação».
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