Portugueses continuam a procurar relacionamentos em apps
As aplicações de encontros online estão a passar por uma fase peculiar. O número de downloads, que este ano se fixou nos 237 milhões, desceu 50 mil face a 2020, mas, surpreendentemente, os utilizadores de apps de namoro continuam a aumentar. Estima-se que, até 2028, existam mais de 450 milhões de pessoas a utilizar estes serviços a nível global – mais 69 milhões do que agora. Em Portugal, o cenário segue esta tendência: cerca de 335 mil portugueses estão hoje registados nas principais apps de encontros, à procura de algo mais do que apenas encontros casuais.
O que procuram os portugueses?
De acordo com dados do site português Felizes.pt, a procura por relações sérias parece ser um dos principais motivos que levam os portugueses a aderir a estas plataformas. Em dez anos de atividade, o site ajudou a unir 20 mil casais e conta com uma comunidade de 216 mil utilizadores, sendo a maioria pessoas entre os 40 e 60 anos. Rui Sousa, CEO do Felizes.pt, sublinha o compromisso da plataforma em garantir a segurança dos seus utilizadores. «Ao longo dos nossos 10 anos, dedicámo-nos profundamente a desenvolver e aperfeiçoar sistemas de proteção», confirma o responsável.
Um fator diferenciador e necessário
A segurança é, sem dúvida, uma das maiores preocupações dos utilizadores. Segundo um estudo da investigadora Rita Sepúlveda, a “falta de novidade” e de “pessoas interessantes” são pontos de frustração entre os portugueses, que também mencionam a “falta de autenticidade”, o ghosting e a ocorrência de esquemas fraudulentos como os motivos que os afastam de algumas destas apps. Em resposta, plataformas como o Felizes.pt têm desenvolvido sistemas de inteligência artificial para detetar perfis falsos e comportamentos de risco, assegurando um ambiente onde as interações se fazem de forma mais segura e transparente.
Assim, sempre que os utilizadores trocam números de telefone ou imagens, o algoritmo analisa os conteúdos para evitar problemas e, caso detete conteúdo sensível, exibe alertas de segurança. Por exemplo, no caso de fotos de perfil, a imagem é analisada e fica pendente de aprovação, enquanto as imagens enviadas por chat chegam acompanhadas de um filtro de alerta, que o destinatário pode optar por remover. Rui Sousa explica que foi criado um «sistema complexo que usa modelos de inteligência artificial que analisam, em tempo real, a probabilidade de um perfil ser falso ou mal-intencionado».
O futuro das apps de encontros
Mesmo com o aumento do número de utilizadores, ainda existem barreiras e algum estigma em relação às apps de encontros. Segundo a investigadora Rita Sepúlveda, a sociedade portuguesa mantém uma visão cética, considerando que estas plataformas são usadas, sobretudo, para encontros casuais, o que leva muitos a hesitarem em inscrever-se. No entanto, o mercado está a evoluir. Cada vez mais apps adaptam-se a um público mais diversificado e inclusivo, abrangendo também a comunidade LGBTQAI+, e apostam em funcionalidades que promovem relações autênticas e seguras.
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