Questões regulatórios preocupam empresas e condicionam investimentos 

Um novo estudo da Deloitte mostra que a tecnologia continua a evoluir mais rapidamente que as iniciativas dentro das empresas para tirar partido dessas inovações. A pesquisa foca-se na adoção da inteligência artificial, e em concreto na implementação de ferramentas de IA Generativa. Em algumas áreas identifica até um aumento dos receios e dos bloqueios a um ritmo de investimento mais acelerado. 

Entre os principais obstáculos à implementação de ferramentas de IA Generativa destacam-se hoje preocupações com a conformidade regulatória, que aumentaram de 28% para 38% entre o primeiro e o quarto inquérito realizado pela consultora em 2024.

Além da incerteza regulatória, a gestão de riscos, deficiências de dados e questões relacionadas com a força de trabalho são temas que moldam significativamente o ritmo de investimento em IA nas organizações. 

A pesquisa State of Gen AI in the Enterprise mostra ainda que mais de dois terços dos líderes empresariais que trabalham com IA reconhecem que só 30%, ou uma parte ainda menor dessas experiências, vão ser totalmente escaladas nos próximos três a seis meses. 

Apesar dos desafios, 78% dos inquiridos esperam aumentar o investimento global em IA no próximo ano fiscal e um quarto (20%) já reportam um ROI igual ou superior a 31%. Enquanto isso, 28% das organizações reconhecem que é na área de TI que a adoção de IA está mais avançada e 44% dizem que na cibersegurança o retorno superou as expectativas. 

«As organizações têm de estar preparadas para a massificação da Inteligência Artificial, ainda que, compreensivelmente, o ritmo vertiginoso da tecnologia nem sempre esteja alinhado com a velocidade a que o mercado adota as tecnologias emergentes», defende Hervé Silva, partner da Deloitte. 

«Ainda assim, o que concluímos é que há um reconhecimento cada vez maior por parte dos líderes das inúmeras capacidades e vantagens de adotarem este tipo de tecnologias, que impactam praticamente todas as áreas das organizações», acrescenta o responsável. 

Estes dados resultam de inquéritos a 2773 líderes de negócio, realizados entre julho e setembro de 2024, em 14 países e em diversos sectores: consumo; energia, recursos e indústria; serviços financeiros; saúde e ciências da vida; tecnologia, média e telecomunicações; e setor público.

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