7 macrotendências que vão influenciar a tecnologia em 2020
Nem só de tecnologias se fazem as tendências que prometem marcar o sector em 2020. Vários gestores participantes no Especial Tendências 2020 do Ntech.news, optaram por apontar holofotes a temas e macrotendências que positiva ou negativamente condicionarão a forma como várias tecnologias vão ser usadas pelas empresas ao longo deste ano e dos próximos.
Rui Serapicos, managing partner da Cionet em Portugal, uma das maiores comunidades internacionais de executivos TI, aponta três macrotendências que são bons exemplos da necessidade de fazer interagir diferentes tecnologias para resolver problemas e barreiras que se revelam cada vez mais relevantes, nas empresas ou na própria sociedade.
Novos modelos de negócio e espaços de trabalho
Os novos modelos de negócio e espaços trabalho são uma das três grandes tendências apontadas pelo responsável, enquanto símbolos de um novo paradigma de organizações autónomas «que pela sua natureza têm capacidade para se auto-gerirem» e que assentam em modelos de gestão orientados para a auto-organização e autonomia das equipas.
Para o responsável, esta é uma tendência que está a ganhar forma, «tirando partido de um conjunto alargado de tecnologias, como a inteligência artificial, blockchain, edge computing, computação distribuída, ou coisas autónomas».
Uso da tecnologia ao serviço de potenciais catástrofes
O uso da tecnologia ao serviço de potenciais catástrofes e as tecnologias mais centradas nas pessoas, são outras macrotendências que Serapicos acredita que vão ganhar escala em 2020. A primeira materializa-se no crescente número de organizações enfocadas em desenvolver soluções tecnológicas para endereçar problemas em larga escala, como ataques terroristas, defesa nacional, intempéries, pandemias, ou problemas ambientais (limpar lixo dos oceanos, por exemplo).
Tecnologia mais centrada nas pessoas
A segunda – tecnologia mais centrada nas pessoas – destaca a atenção crescente para o desenvolvimento de soluções tecnológicas que ajudam a estender capacidades humanas (exoesqueletos, por exemplo).
Segurança
O tema da segurança, e associado a ele o da privacidade, também tem espaço na lista de tópicos a manter debaixo de olho em 2020, como já aconteceu nos anos anteriores e seguramente acontecerá nos próximos. Como recorda Vasco Pedro, CEO e co-fundador da Unbabel «é um tema que preocupa tanto os consumidores como as instituições e que é mandatório em qualquer novo desenvolvimento e/ou proposta».
O assunto também é destacado por José Manuel Paraíso, presidente da IBM, que o considera crítico na gestão de ambientes multicloud complexos, cada vez mais relevantes nas infraestruturas das empresas e por Nuno Roso, head of digital services da Ericsson Portugal, que acredita no papel determinante das tecnologias emergentes no surgimento de novas soluções de segurança, por boas e menos boas razões. «Sente-se uma intensa atividade que visa explorar o potencial da inteligência artificial e do machine learning para proteção de sistemas e redes», que para o responsável resultará numa adoção em larga escala dessas tecnologias em áreas como a deteção de ameaças à rede, extração de inteligência de ameaças, ou autenticação contínua. Ainda assim fica o alerta: «embora as tecnologias de IA forneçam uma vasta gama de benefícios, é importante observar que também podem ser usadas como meios de ataque que visem especificamente sistemas de machine learning».
Sustentabilidade
O rosto dos serviços digitais da Ericsson Portugal acredita ainda que 2020 ficará marcado pelos temas da sustentabilidade – como pode a tecnologia ajudar a alcançar as metas internacionais a este nível – e pelo acelerar de um percurso rumo à internet dos sentidos. Tendo por base o resultado de vários estudos e um horizonte temporal até 2025, a Ericsson prevê que a internet caminhe a largos passos para juntar aos dois sentidos que hoje dominam as experiências digitais – visão e audição – os restantes.
Internet dos Sentidos
Os werables e outras inovações, que vão continuar a transformar aplicações e serviços digitais, serão determinantes para ir ao encontro das expectativas cada vez mais exigentes dos utilizadores. «Até 2025 a tecnologia deverá permitir uma Internet completa dos sentidos, inclusivamente a capacidade de até ao final da década de comunicar digitalmente o pensamento», arrisca Nuno Roso.
Gestão da experiência
Enquanto procuram formas de entregar mais e melhores experiências aos clientes, as empresas vão incorporando essa preocupação nos seus vários processos e adotar soluções que ajudem a fazer uma melhor gestão de experiências, acredita ainda Luís Urmal Carrasqueira.
«As tecnologias relacionadas com a gestão e a personalização das experiências (desde Brand Awareness ao Employee Experience, Product Experience e Customer Experience) vão ser ainda mais procuradas pelas empresas, cientes que estão da importância de conhecer os seus clientes e de lhes oferecer soluções e experiências», refere o diretor-geral da SAP Portugal, antecipando o que o resto do ano vai trazer.
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