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Deloitte revela como anda a fraude empresarial em Portugal

Publicado em 31 Dezembro 2024 por Ntech.news | 131 Visualizações

Um novo estudo da Deloitte, “Corruption & Fraud Survey 2024”, aponta que quase metade das empresas portuguesas (42%) experienciaram fraudes ou infrações conexas no último ano, um aumento de 19 pontos percentuais face ao ano anterior. Este cenário levanta preocupações significativas, não só para as organizações, mas também para a economia nacional.

Ciberataques lideram o ranking de ocorrências

Entre as empresas que reportaram episódios de fraude, destacam-se os ciberataques (25%) e os esquemas de fraude em meios de pagamento (14%). Segundo os inquiridos, as causas principais para estes eventos incluem a ineficiência dos sistemas de controlo (46%) e a falta de valores éticos (29%). Gonçalo Quintino, partner da Deloitte, explica que a fraude e a corrupção continuam a ser um desafio de elevada complexidade tanto para o setor empresarial, como para a sociedade. «No caso das empresas, é essencial que estas acompanhem a evolução das ferramentas tecnológicas, nomeadamente incorporando nos seus processos a inteligência artificial generativa (GenAI)», recomenda o responsável.

Embora a maioria dos líderes empresariais reconheça o papel fundamental da tecnologia na prevenção de fraude e corrupção (97%), existe uma discrepância evidente entre a perceção e a implementação prática. Apenas 34% das empresas tem soluções tecnológicas antifraude com integração analítica, e só 29% destas consegue medir os potenciais eventos detetados. Entre as ferramentas mais utilizadas, destacam-se as background checks, utilizadas por 53% das empresas, com um aumento de 15 pontos percentuais em relação a 2023 e as ferramentas de analytics baseadas em regras de negócio que foram adotadas por 43%.

Medidas de prevenção e impacto nos resultados

As principais ameaças identificadas pelas empresas incluem conflitos de interesses não divulgados (64%) e ofertas indevidas de vantagens (55%). Adicionalmente, o Regime Geral da Prevenção da Corrupção tem contribuído para o fortalecimento das estruturas internas, embora, segundo Gonçalo Quintino se torne «imperativo que as empresas continuem a monitorizar a implementação e cumprimento deste instrumento». Os mecanismos mais comuns para mitigação incluem os canais de denúncia de fraude, utilizados por 84% das empresas (aumento de 10% face a 2023), e a valiação periódica de risco de fraude, mencionada por 58%. Ainda assim, 96% dos inquiridos concorda que há margem para melhorar a cultura de prevenção da fraude nas suas empresas.

Para 83% dos inquiridos, a fraude afeta diretamente os resultados financeiros das suas organizações, além de comprometer a reputação. Promover uma cultura preventiva e investir na formação contínua são considerados passos cruciais, com 81% das empresas a destacarem a importância da comunicação frequente nesta área.


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