Desenvolvimento aplicacional dificulta transformação digital
Um dos problemas que está a dificultar a transformação digital das empresas é o tempo que demora a desenvolver aplicações empresariais. Não só se trata de um período excessivo, que em quase metade dos casos leva cinco meses ou mais, como frequentemente sofre atrasos. São dois indicadores relevantes do novo relatório “The State of Application Development, 2018 (How IT is responding to Digital Disruption and Innovation)”, elaborado e divulgado pela empresa portuguesa de low code OutSystems.
A pesquisa abrange 3500 profissionais de TI de vários países do mundo, incluindo Portugal, e revela que 47% dos inquiridos colocam o tempo médio de entrega de uma aplicação web ou móvel em cinco meses ou mais. Por seu lado, 65% reconhece que há atrasos e só 32% considerou que o desenvolvimento de aplicações tinha melhorado no ano passado.
O estudo anual pretende identificar as principais tendências no desenvolvimento de aplicações, maturidade de agile/DevOps e adoção de low code, o core da empresa.
«O nosso relatório de 2018 é muito claro: os departamentos de TI estão em crise no que diz respeito à transformação digital e ao desenvolvimento de aplicações», considera Steve Rotter, diretor de marketing da OutSystems. «A elevada taxa de falhanço nos projetos de transformação digital, o aumento de projetos em atraso e a escassez de talento de programação são preocupações críticas», sublinha.
Isso mesmo é espelhado nas percentagens da pesquisa. O número de aplicações propostas para entrega em 2018 é, diz o relatório, o mais elevado de sempre: 42% dos profissionais de TI planeiam entregar 10 ou mais aplicações e 21% vão entregar 25 ou mais aplicações só este ano.
Este aumento põe em evidência a escassez de talento, já que 80% dos inquiridos indicou que os as qualificações necessárias para desenvolver aplicações são raras e as contratações tornam-se demoradas e dispendiosas.
«Num mundo que muda a uma velocidade vertiginosa, é crucial identificar e responder às oportunidades de transformação digital mais depressa que a concorrência. Para serem as primeiras a chegar ao mercado, as empresas precisam de coragem para experimentar e inovar rapidamente», continua Steve Rotter. A OutSystems defende que plataformas low code devem ser prioritárias nas agendas dos CIO em 2018 por este motivo.
Mas o relatório indica que as práticas de agile/DevOps são de maturidade lenta. Apesar de 60% das organizações terem investido em ferramentas e serviços ágeis no último ano, o grau médio de maturidade neste segmento foi de 2.6 em cinco – sendo que 40% das organizações que investiram em ferramentas e serviços DevOps no ano passado classificam o seu grau de maturidade como «a começar» e «fundamental.»
Ainda assim, o low code deixou de ser um nicho para inovadores. Mais de um terço dos inquiridos (34%) indicou que a sua empresa já utiliza este tipo de plataforma e 9% revelam planos para o fazer em breve.
Outro dado interessante é que 52% das organizações investiram no ano passado em práticas focadas no consumidor, incluindo o mapeamento de atividades, design thinking e lean UX. Das novas aplicações programadas para 2018, as que são utilizadas diretamente pelos clientes ou parceiros de negócio foram consideradas as mais importantes, superando as aplicações internas de negócios em 14%.
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