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Executivos temem falhar na IA sem talento qualificado

Publicado em 16 Setembro 2025 por Equipa Ntech.News | 20 Visualizações

O mais recente estudo da Emergn revela que 77% dos líderes planeiam gerar receitas com IA já a partir de 2025. Mas, por detrás do entusiasmo, cresce uma dúvida: mais de metade dos gestores admite não ter talento suficiente para transformar ambição em resultados.

Segundo o relatório Intelligent Delusion, 57% dos executivos reconhecem que as expectativas estão a evoluir mais depressa do que a capacidade de concretização, um desfasamento que pode comprometer o sucesso. O desafio não está apenas em adotar tecnologias avançadas, mas em colmatar lacunas de talento, competências e capacidade organizacional. «Quanto mais inteligente for a tecnologia, mais fácil se torna sobrestimar a sua promessa e subestimar a condição humana necessária para o sucesso», sublinha Alex Adamopoulos, fundador e CEO da Emergn.

Ainda assim, o otimismo mantém-se. 81% das organizações reportaram retorno positivo das iniciativas de IA em 2024, reforçando a convicção de que, nos próximos 12 meses, estes projetos vão gerar ganhos financeiros relevantes. Mas a consultora alerta que sem investimento em competências humanas, a promessa da IA pode revelar-se uma ilusão.

Pedro Fernandes, Automation Practice Lead da Emergn, explica que não basta introduzir IA nos processos, é preciso alinhar tecnologia, talento e estratégia de produto para que a inovação seja duradoura e competitiva. «No nosso hub em Portugal, trabalhamos lado a lado com os clientes para transformar ambições em resultados tangíveis», afirma este responsável.

Gestão de produtos no centro da transformação

Outro dado que se destaca no estudo é o peso crescente da gestão de produtos como eixo estratégico da transformação digital. Em 2025, 87% dos líderes reforçaram o investimento nesta área, face a 26% no ano anterior, sinal claro de que o modelo está a ganhar maturidade.

Alex Adamopoulos defende que a gestão de produtos madura permite alinhar equipas multidisciplinares, reduzir desperdícios no desenvolvimento, priorizar funcionalidades que geram retorno e garantir que a inovação responde a necessidades reais. No caso da IA, este alinhamento «é decisivo para evitar que soluções fiquem presas em pilotos ou falhem na adoção pelo mercado», sublinha o responsável.

A tendência está também a remodelar as lideranças, com 43% das organizações a admitirem que já nomearam um Chief Product Officer (CPO), contra 31% no ano anterior, uma função que liga equipas técnicas, marketing, vendas e operações numa narrativa comum de valor e sustentabilidade.Para o mercado português, onde a escassez de talento digital é frequentemente apontada como barreira ao crescimento, o estudo serve de alerta para as empresas que não investirem na capacitação das equipas, e que arriscam ver a inovação limitada a pilotos sem impacto real.

O inquérito da Emergn reuniu 751 executivos de topo, entre CEOs, CTOs e COOs, todos com mais de cinco anos de experiência e provenientes de empresas com mais de mil colaboradores e receitas anuais superiores a 500 milhões de dólares.


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