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Fundador da Amazon está mais rico que nunca. E a culpa (também) é da pandemia

Publicado em 3 Julho 2020 por Cristina A. Ferreira - Ntech.news | 1207 Visualizações

Não é surpresa que Jeff Bezos, fundador e presidente executivo da Amazon, é o homem mais rico do mundo. O título pertence-lhe desde 2017. Novo é o facto de a sua fortuna ter atingido o valor mais elevado de sempre: 171,6 mil milhões de dólares, segundo a Bloomberg. 

Só este ano, segundo as contas da agência noticiosa, Bezos ficou mais rico em 56,7 mil milhões de dólares, em larga medida graças aos ganhos que a Amazon tem acumulado nos últimos meses, com o crescimento das vendas nos Estados Unidos. 

O encerramento forçado de lojas por todo o país e a dificuldade em usar as que se mantiveram abertas fez disparar as vendas e entregas ao domicílio garantidas pelos serviços da Amazon, que há muito trocou a venda de livros online – génese do projeto – por uma oferta onde cabem quase todo o tipo de bens, nomeadamente, de primeira necessidade. 

Antes da pandemia, em 2019, um estudo da OneClickRetail já posicionava a Amazon como responsável por um quinto das vendas online de produtos de mercearia. A compra da cadeia de supermercados Whole Foods em 2017, por 13,7 mil milhões de dólares, foi um sinal claro de que esta seria uma das apostas fortes da Amazon para os anos seguintes, online mas também offline, abrindo mais uma vez horizontes.

A Amazon vende o pão, o entretenimento e a infraestrutura 

E a aposta tem dado frutos, porque foi precisamente esta uma das áreas onde o grupo cresceu em força durante a pandemia. Mas não foi a única. Para chegar às mais diversas categorias de produtos listadas na Amazon.com passaram pelo site, só em março, 2,5 mil milhões de utilizadores. 

Também convém não esquecer que a empresa é dona da Amazon Web Services, uma plataforma de serviços cloud que suporta alguns dos serviços e sites mais “consumidos durante a pandemia, como o Netflix, o Facebook e milhares de negócios em todo o mundo, para além de ter o seu próprio serviço de conteúdos, através do Amazon Prime. 

Todos estes serviços cresceram nos últimos meses e a fortuna de Jeff Bezos também. Cada ação da Amazon vale agora perto de 3 mil dólares. Jeff Bezos tem 11% do capital da empresa, a que soma outros investimentos pessoais e uma capital de risco para investir em projetos de terceiros, a Bezos Expeditions. 

Blue Origin é o maior desafio de Bezos e custa mil milhões de dólares ao ano

Nestes investimentos do empresário em nome pessoal esteve por exemplo a Google, em 1998, onde investiu um milhão de dólares, que “regressaram a casa” com, pelo menos, mais três zeros. Mais recente – e provavelmente menos rentável – outro investimento emblemático de Bezos, por ilustrar bem a sua capacidade financeira, foi a compra do Washington Post por 250 milhões de dólares, em 2013. 

Mas o seu projeto pessoal mais arrojado é a Blue Origin, uma empresa de exploração espacial, que para já compete com a SpaceX de Elon Musk a criar foguetões reutilizáveis, mas no futuro quer transportar humanos para o espaço e contribuir para a colonização do sistema solar. Para financiar o projeto vende anualmente cerca de mil milhões de dólares em ações.

Voltando à Amazon, vale a pena recordar que a empresa chegou à bolsa em maio de 1997. Desde então, as ações valorizaram 90.000%, segundo a Business Insider. Mas neste percurso também existiram momentos menos bons, de fortes perdas. 

No ano passado os maus resultados financeiros da Amazon quase fizeram Bezos perder o título de mais rico do mundo para Bill Gates, que conhece bem o lugar. O divórcio que pôs fim ao casamento de 25 anos, um dos mais caros da história, também o terá feito perder cerca de 14 mil milhões de dólares e 4% da Amazon, mas as perdas estão superadas. E tudo com o mesmo salário declarado há quase duas décadas: 81,840 dólares. 


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