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IA revoluciona a saúde e dá força à medicina personalizada

Roberto Alfonso, Country Lead da Glintt Next em Espanha

Publicado em 18 Junho 2025 por Ntech.news | 84 Visualizações

A inteligência artificial (IA) está a redesenhar a forma como se pratica medicina, prometendo cuidados mais precisos, eficazes e personalizados. Na AWS GenAI for Health Summit, que decorreu hoje na Fundação Champalimaud, em Lisboa, ficou claro que a IA não é apenas uma promessa, é uma realidade, com impacto direto na vida dos doentes e dos profissionais.

Moderado por Dr. Rowland Illing, Chief Medical Officer da Amazon Web Services (AWS), o evento juntou peritos de renome, como a Dra. Maria Mota (Gulbenkian Institute of Molecular Medicine), Martijn Hartjes (Philips), Daniel Hook (Digital Science) e Dra. Tal Patalon, fundadora e CEO da Medāna. Apesar das diferentes áreas de atuação, todos consideraram que a fragmentação dos dados de saúde continua a ser o principal entrave à inovação.

Medicina de precisão com ADN português

A intervenção da Dra. Tal Patalon foi particularmente reveladora sobre o futuro da medicina personalizada. Ao apresentar a abordagem da Medāna, defendeu que o atual modelo de cuidados universais deve dar lugar a decisões personalizadas baseadas no risco individual. «A era da medicina do ‘tamanho único’ terminou», afirmou a responsável. Segundo ela, entrou-se «num novo ciclo em que cada doente recebe o fármaco certo, à primeira, guiado pela convergência entre IA e genómica».

O segredo, segundo ela, está na capacidade de integrar dados heterogéneos, como registos clínicos eletrónicos e informação genética, através de uma plataforma ontologicamente agnóstica, que permite à IA operar sem barreiras entre instituições. A Medāna já aplica esta tecnologia para criar scores de risco individualizados, combinando scores poligénicos com mutações monogénicas, antecipando assim intervenções médicas com maior precisão. As soluções estão a ser adotadas por hospitais, seguradoras e farmacêuticas de grande escala.

Da linguagem natural à decisão clínica

O debate reforçou também a importância de tornar os sistemas de IA mais acessíveis aos profissionais de saúde e aos doentes. Dr. Illing defendeu que o futuro da saúde assenta na integração multimodal de dados clínicos, genómicos e comportamentais e na criação de sistemas de IA agentiva. Estes sistemas permitem que os utilizadores coloquem perguntas em linguagem natural e recebam respostas compreensíveis e imediatamente acionáveis, algo já concretizado na solução da Medāna. Nesse sentido, a mensagem é clara e confirma a convergência entre dados estruturados, genómica e IA como algo que já está a acontecer e tem inovação portuguesa na base.


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