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«Pretendemos que o nosso crescimento passe por fazer evoluir o nosso centro de competências na Madeira e em Lisboa»

Fernando Reino da Costa, Presidente e CEO da Unipartner

Publicado em 30 Julho 2020 por Cristina A. Ferreira - Ntech.news | 1810 Visualizações

A Unipartner é Microsoft Partner of the Year 2020. O reconhecimento foi atribuído recentemente e distingue a performance da empresa enquanto parceira da multinacional, no desenvolvimento e entrega de soluções da fabricante norte-americana. É um momento alto no ano para qualquer parceiro Microsoft pela visibilidade da distinção, que este ano pôs em análise 3.300 parceiros, indicados a partir de mais de 100 países.

O reconhecimento da Microsoft não é aliás uma novidade para a empresa, que nos últimos quatro anos foi sempre distinguida no evento global de parceiros da gigante do software. Em julho de 2019 foi distinguida com o Enterprise Commercial Partner of the Year, em 2018 recebeu o Microsoft Services Partner of the Year e em 2017 tinha ganho o prémio de Digital Transformation Enterprise Partner of the Year.

Em conversa com o Ntech.News, Fernando Reino da Costa, presidente e CEO da Unipartner, explica que a aposta feita pela empresa na capacitação e certificação em tecnologias Microsoft – também destacadas pela Microsoft na justificação do prémio – estão entre os principais ingredientes para as distinções dos últimos quatro anos.

«Este investimento constante no talento, nomeadamente em manter as equipas atualizadas e certificadas, concretiza-se no número muito significativo e diferenciador de competências Microsoft que a Unipartner tem, 17 no total, 15 Gold e 2 Silver em áreas chave», sublinha o responsável.

A complementar a estratégia, a empresa tem também investido em parcerias com parceiros Microsoft, como a «Powell Software para a implementação de intranets, a LMS365 para as novas abordagens de e-learning e a Edison 365. que suporta a gestão de projetos e a gestão de inovação», exemplifica Fernando Costa, acrescentando que esta aposta em competências transversais ao negócio é depois alavancada com a oferta Azure e Office 365 da Microsoft.

Mas não só. A Unipartner tem também centrado a sua aposta em tecnologias Microsoft para áreas e sectores específicos e dá o exemplo da educação onde, a nível académico, tem promovido «as mais recentes tecnologias e onde temos vindo a realizar vários workshops sobre temáticas como Machine Learning, agentes inteligentes (bots) e agile application development com o Power Platform», sublinha também o CEO da Unipartner.

Tudo isso terá influenciado a distinção atribuída pela Microsoft e mais um pouco. No resumo que faz sobre cada parceiro premiado, a Microsoft sublinha que a Unipartner, embora tenha crescido em todas as áreas de tecnologia Microsoft, cresceu especialmente em implementações Microsoft Teams, uma consequência dos tempos de pandemia que também foi tema para a conversa com Fernando Costa.

O responsável deixou ainda algumas pistas sobre a estratégia da Unipartner a médio prazo, a visão para a internacionalização e a atração de talento.

Ntech.News: Com o prémio que vos atribui este ano, a Microsoft destaca o vosso crescimento em todas as áreas de soluções e dá especial destaque ao crescimento no Teams. Como se explica e o que revela sobre as empresas portuguesas, em termos de adoção deste tipo de plataformas neste momento?

Fernando Costa: O confinamento veio acelerar a necessidade de adoção de plataformas digitais, como o Microsoft Teams, que integra num ambiente seguro um conjunto de vertentes necessárias ao trabalho remoto, nomeadamente, funcionalidades base de chat, voz e vídeo, a gestão e partilha de informação, a colaboração em reuniões e grupos de trabalho virtuais e por último a integração de processos de negócio. A implementação desta plataforma, nas suas várias vertentes, aliada a planos de gestão de mudança permite efetivamente acelerar a adoção e real mudança da forma de trabalhar.

O momento da pandemia veio revelar os diferentes níveis de capacidade de resposta das organizações face a este tema. Temos, por um lado, clientes que já antes da pandemia tinham uma clara estratégia de transformação cultural da forma de trabalho das suas equipas. Tivemos casos que tinham a mesma visão, mas tiveram de acelerar a sua implementação. Noutros casos foi necessário criar planos de implementação e atuar de forma faseada cobrindo as diferentes vertentes. Por fim, e infelizmente, assistimos também a entidades que se ficaram pelas plataformas e versões “free” de videoconferência.

Concluindo, mantém-se a oportunidade para várias organizações de criarem planos de adoção mais abrangentes que realmente transformam a forma de trabalhar entregando mais produtividade, segurança e motivação às equipas.

Ao longo do ano que o prémio distingue, há algum projeto mais emblemático que tenham implementado e que possa referir?

F.C.: São vários os projetos inovadores e de grande impacto que temos vindo a implementar no negócio e operações dos nossos clientes. Alguns menos visíveis por fazerem parte de roadmaps com vários quickwins que permitem inovação contínua, ágil e mais orientada para transformação interna das operações, mas há outros que pela exposição externa se tornam mais falados. Como é o caso recente do MyMontepio, o canal digital recentemente lançado para o Associado do Montepio. Um projeto inovador, focado na jornada e experiência do cliente e na gestão integrada da interação e relação.

Para este ano quais são as vossas previsões, no que se refere à evolução do negócio?

F.C.: Para este ano, não obstante a atual conjuntura, mantemos o nosso objetivo de crescimento sustentável de dois dígitos, que tem sido em média de 15% year-on-year. Contámos com um primeiro semestre em linha com o ano passado e temos assistido a alguns sinais positivos que nos levam a acreditar que o investimento irá aumentar até ao final do ano, nomeadamente no que diz respeito às iniciativas de transformação digital que sejam mais impactantes para a gestão do contexto atual.  Neste sentido, acreditamos que este sector deve ser um dos pilares para a retoma de uma economia que será cada vez mais digital.

Em relação às soluções Microsoft quais esperam que tenham maior destaque?

F.C.: Temos várias soluções de destaque, no entanto, posso referir a solução de Infraestrutura de Dados na cloud com inteligência artificial que permite criar uma visão integrada de processos end-to-end nas organizações e dar acesso e capacidade analítica a quem gere o negócio, permitindo identificar insights de forma simples e ágil. A referência que temos no Grupo Amorim é exemplo dessa visão de solução transversal, que neste caso assenta em processos transversais de SAP ERP.

Já anunciaram que a internacionalização, já em marcha, é uma das vossas grandes apostas para os dois próximos anos. Que mercados identificaram como prioritários?

F.C: O nosso maior foco está no mercado europeu, em Espanha, Alemanha, Benelux e países Nórdicos.

Pretendem abrir presenças físicas em alguns destes mercados? já têm datas em mente?

F.C: A nossa estratégia passa maioritariamente pelo desenvolvimento de negócio através de parceiros, e pela articulação remota com os nossos clientes internacionais. Não obstante, essa possibilidade existe.

Quantas pessoas tem a Unipartner neste momento e como pretende fazer evoluir a equipa para dar resposta aos objetivos estratégicos?

F.C.: Atualmente contamos com cerca de 220 colaboradores e pretendemos que o nosso crescimento passe sobretudo por fazer evoluir o nosso centro de competências na Madeira e em Lisboa. O nosso objetivo é dar continuidade ao investimento e estratégia junto das universidades e na criação de academias tecnológicas, mantendo em paralelo a necessária captação de talento mais sénior no mercado.

Além de Lisboa e Funchal consideram outras localizações em Portugal, para facilitar a angariação de talento ou por outras razões?

F.C.: Os nossos escritórios e equipa estão baseados nestas duas localizações, nesse sentido a angariação de talento é efetuada maioritariamente na zona da grande Lisboa e do Funchal, junto de Universidades com quem temos fortes parcerias e onde desenvolvemos o nosso Student Inspiring Program, que visa aproximar os estudantes à Unipartner, à consultoria e ao Digital. Adicionalmente, mantemos uma relação estreita e desenvolvemos iniciativas com várias Universidades e Politécnicos de referência em todo o território nacional.


Publicado em:

Na Primeira Pessoa

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