Schneider Electric aponta estratégia ao digital
As alterações climáticas e a indispensável eficiência energética por via de conceitos digitais foram temas no centro do discurso da Schneider Electric durante o seu Innovation Summit que, este ano, decorreu em Barcelona.
A empresa reuniu na cidade catalã mais de 3500 profissionais de TI entre clientes e parceiros, além de um conjunto alargado de jornalistas que durante dois dias debateram as mais recentes novidades tecnológicas neste setor, apontando para a necessidade de se trabalhar em torno de uma, cada vez maior, eficiência energética.
De acordo com a Schneider Electric será possível conseguir-se uma redução de 50% do CO2 até 2040, caso se verifique uma aceleração da poupança energética, em conjunto com as iniciativas de eletrificação e descarbonização. A este propósito, Jean-Pascal Tricoire, CEO da companhia lembrou que «há já casos concretos de poupança» como «a IFEMA Madrid que assegurou uma redução do consumo energético na casa dos 30% recorrendo a soluções Schneider Electric».
Recorde-se que os edifícios, os centros de dados, as infraestruturas e o setor industrial «são os principais responsáveis por, aproximadamente, 70% da utilização de energia em todo o mundo». Jean-Pascal Tricoire defende a necessidade de se trabalhar em conjunto «para reduzir as emissões de carbono e parar o aumento da temperatura».
Do lado da Schneider Electric o trabalho já começou e o seu CEO explica que esta realidade se reflete, desde logo, nos resultados da empresa: 45 por cento da sua faturação chega já do IoT, com a energia e o digital a assumirem-se como importantes vertentes a ter em conta. Diz o executivo que «o digital abre novos espaços à colaboração, com a SE a focar-se em áreas nas quais poderá marcar a diferença».
Neste campo, a estratégia da multinacional surge focada nas pessoas e na necessidade de as capacitar para os desafios do digital. Um caminho que se fará através da adoção da inteligência artificial, do IoT e do machine learning: «O papel da Schneider Electric é ligar as máquinas em torno das pessoas.»
A ideia foi também defendida por Pablo Ruiz-Escribano, VP Secure Power da SE para quem «na área do IoT, o mercado ainda tem muito por onde crescer; o uso que fazemos dos equipamentos e dos media sociais vai obrigar a um crescimento exponencial da infraestrutura e a SE está apostada em contribuir para um crescimento eco-responsável».
Carbono com emissões reduzidas
Uma ideia que se reflete na estratégia da empresa que pretende reforçar o foco nas energias renováveis, como a solar e eólica. Internamente, a meta para a redução da pegada ecológica deverá chegar antes, no máximo em 2025.
Pablo Ruiz-Escribano aproveitou ainda para defender que «a Península Ibérica tem potencialidades para se tornar num importante hub digital da Europa» e há que «saber tirar partido também desta realidade».
Parceiros mais acompanhados
Com cerca de 60% do seu negócio feito através dos parceiros «e uma tendência para o crescimento», segundo Ana Carolina Cardoso, Channel Director Iberia da SE, a empresa criou um novo programa de canal. O objetivo passa por «desenvolver novas ferramentas e assegurar formação, permitindo ao partner estar preparado para trabalhar melhor o mercado».
Assegurando uma infraestrutura agnóstica, no que à tecnologia diz respeito, Ana Carolina Cardoso refere que os parceiros «tiram mais vantagens desta estratégia, podendo trabalhar HP, Cisco ou Dell, por exemplo, sem limitações».
Questionada sobre a possibilidade de virem a aumentar a sua rede de distribuidores, a responsável ibérica assegurou que isso «não faz parte dos planos» sendo que a multinacional pretende, para já, «manter os mesmos nomes».
Negócio em Portugal
O Innovation Summit, em Barcelona, contou com a participação de uma comitiva de quase 300 participantes portugueses, entre clientes finais, integradores, distribuidores, OEM, etc. João Rodrigues, country manager da Schneider Electric em Portugal explicou que «o objetivo é reforçar a relação comercial existente» e permitir «a criação de uma rede de partilha de experiências, sempre muito útil».
No que a resultados diz respeito, e com a empresa a crescer, globalmente, 5,4% no primeiro semestre deste ano, João Rodrigues explica que Portugal terá um crescimento «mais modesto, mas em linha com a Europa». Diz o mesmo responsável que o velho continente, «é um mercado já maduro pelo que não poderá crescer tanto como o Chinês, por exemplo».
De qualquer forma, João Rodrigues não deixa de recordar que Portugal tem um enorme potencial, com o setor publico «a oferecer serviços digitais de qualidade muito superior ao resto da Europa». Por outro lado, somos ainda um país piloto em matéria de projetos internos da SE «como foi o caso da migração do domínio Web, entre outros».
*A jornalista deslocou-se a Barcelona a convite da empresa
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