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A revolução dos terabits está em curso e Portugal está no mapa.

Publicado em 4 Novembro 2025 por Equipa Ntech.News | 19 Visualizações

Image by Mateus Andre on Freepik

A nova rede transatlântica de terabits lançada pela Colt Technology Services e pela Ciena promete mais velocidade, menos consumo energético e maior capacidade entre Lisboa, Madrid e os Estados Unidos. O lançamento de uma nova rede de terabits, tanto transatlântica como terrestre, responde à explosão da procura por conteúdos de inteligência artificial (IA), gaming e streaming, assegurando uma infraestrutura mais potente e energeticamente eficiente.

Com este reforço tecnológico, Portugal consolida-se como hub estratégico de dados no Atlântico, atraindo investimentos em centros de dados, serviços cloud e plataformas de IA. Para o tecido empresarial nacional, o acesso a redes mais rápidas e sustentáveis representa uma vantagem competitiva tangível, que se traduz em maior eficiência operacional, novas oportunidades de negócio e melhor desempenho em ambientes digitais exigentes.

Entre Lisboa e Madrid, a capacidade das ligações terrestres aumentou de 600 Gbps para 1,5 Tbps, um salto de 140% ao longo de 750 quilómetros. Já nas rotas transatlânticas, a capacidade por onda subiu de 450 Gbps para 1,2 Tbps, reforçando o papel da Península Ibérica como ponto estratégico de interligação digital entre a Europa e as Américas.

Eficiência energética e sustentabilidade digital

Esta expansão foi viabilizada pelo transponder WaveLogic 6 Extreme (WL6e) da Ciena, que permite à Colt aumentar em 20% a capacidade de rede numa única fibra, reduzindo simultaneamente o espaço físico ocupado e o consumo energético em 50% face à geração anterior de equipamentos.

O resultado é duplamente vantajoso, ou seja, a pegada de carbono é menor e a eficiência operacional maior, duas métricas cada vez mais determinantes para as empresas com metas ESG (Environmental, Social and Governance).

Alexandre Carvalho, Country Manager da Colt Technology Services em Portugal, sublinha o alcance da mudança e a forma como os fornecedores globais de conteúdos poderão gerir a procura no futuro. «Imaginemos a possibilidade de transmitir milhões de filmes em HD em simultâneo, quando antes só era possível transmitir um, ou aumentar a capacidade do cloud gaming na rede em 140%, este é o impacto do que estamos a oferecer», exemplifica o responsável.

Um salto competitivo para as empresas nacionais

Para as empresas portuguesas, a relevância desta atualização vai muito além do desempenho técnico. O reforço da conectividade entre Lisboa e Madrid, que é um eixo fundamental nas rotas europeias de dados, garante menor latência, maior fiabilidade e mais largura de banda para suportar operações críticas em cloud computing, IA generativa e serviços de dados em tempo real.

Estas melhorias são especialmente relevantes para empresas tecnológicas, centros de dados, operadores de telecomunicações, fintechs e serviços digitais, que dependem de ligações internacionais de baixa latência para manter a competitividade e acelerar processos de transformação digital.

Dino DiPerna, senior vice president, global research and development da Ciena, reforça a visão estratégica desta união. «Através destes novos projetos e das grandes atualizações às redes submarinas existentes, estamos a construir o ecossistema de suporte ao desenvolvimento da era da IA, e a preparar o terreno para os hyperscalers e para os neoscalers».

A pressão sobre as infraestruturas na Era da IA

De acordo com dados da Telegeography, os fornecedores globais de conteúdos, os chamados hyperscalers, já consomem 74% da largura de banda internacional, face a apenas 5% em 2005. A tendência deverá intensificar-se, com a IA a representar 30% da utilização dos cabos transatlânticos até 2035, contra 8% previstos para 2025.

Esta pressão crescente obriga a repensar as infraestruturas de rede em escala global. A nova geração de soluções ópticas, como o WL6e, permite aumentar a capacidade sem multiplicar o consumo energético, um desafio central numa altura em que as empresas procuram equilibrar crescimento digital e sustentabilidade ambiental.


Publicado em:

Negócios

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