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Blockchain liga investigação portuguesa para inovar na gestão de resíduos

Publicado em 4 Junho 2020 por Cristina A. Ferreira - Ntech.news | 941 Visualizações

Blockchain

Sessenta pessoas vão participar num projeto que ao longo dos próximos dois anos e meio pretende desenvolver uma plataforma inovadora de gestão de resíduos, baseada em blockchain. 

A plataforma já tem nome, Bee2WasteCrypto, e também já tem financiamento garantido: 2,7 milhões de euros, assegurados pelo COMPETE e pela FCT. Envolve a Compta, a NOVA Information Management School, o Instituto Superior Técnico e a 3drivers e promete uma solução que permitirá às entidades de gestão de resíduos otimizarem operações e implementarem sistemas Pay As You Throw (PAYT).

Através desta plataforma, as entidades gestoras vão poder quantificar, caracterizar a produção e otimizar as tecnologias a usar na gestão dos resíduos, tendo em conta os seus objetivos ambientais e de serviço e o respetivo contexto de atuação. 

«O Bee2WasteCrypto vai ser a primeira ferramenta tecnológica a fornecer uma solução totalmente integrada para projetar soluções de gestão de resíduos, desde a produção até à transformação, maximizando a dimensão económica e minimizando o seu impacto ambiental, com base numa filosofia de economia circular», asseguram os promotores do projeto. 

A utilização de blockchain e de uma carteira de criptomoedas tornará possível a «implementação de mecanismos de incentivo do tipo PAYT, para estimular boas práticas do cidadão» e incentivar mudanças de comportamento nos cidadãos para hábitos de reciclagem e reutilização, através do pagamento de tokens, referem. O recurso ao blockchain vai também assegurar informação fiável para criar um sistema de créditos de reciclagem, idêntico ao que existe para as emissões de carbono. 

O projeto está entre 10 selecionados pelo Programa Carnegie Mellon, que junta empresas e universidades portugueses a equipas de investigação da universidade americana com o mesmo nome

Após os 30 meses de duração prevista do projeto, os promotores contam ter «uma solução comercial já implementada em formato de prova de conceito em alguns parceiros e localizações», explicam em declarações Ntech.news. 

A lista de parceiros envolvidos no projeto já começou a formar-se. Arranca com o compromisso da Comunidade Intermunicipal do Oeste e de alguns dos seus municípios. «No decorrer do projeto, esperamos encontrar outros parceiros internacionais em especial no mercado norte-americano, através da projeção da Universidade Carnegie Mellon», refere a mesma fonte.

Entre consultores de negócios, bolseiros de doutoramento e especialistas em Blockchain, a equipa inicial do projeto é de 45 pessoas, mas é expectável que chegue aos 60 colaboradores em alguns momentos. 

Os resíduos urbanos representam 10% dos total de resíduos gerados na UE. Em média, cada europeu é responsável pela produção anual de 480 kg destes resíduos. Um quarto são depositados em aterros e só 46% são reciclados, permanecendo um dos fluxos mais complexos de gerir «graças à sua composição diversificada, grande número de produtores e à fragmentação de responsabilidades», recordam os promotores do projeto. O tema tem de ser tratado com «inteligência urbana», referem ainda, para que seja possível atingir a meta de 55% reutilizados ou reciclados até 2025.


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Projetos

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