IDC Directions 2015: procuram-se recursos qualificados
José Tribolet subiu ao palco do IDC Directions 2015, no Centro de Congressos do Estoril, para falar da problemática dos recursos humanos e transformação de skills versus a inovação nas empresas.
De uma forma muito frontal como é, de resto, seu hábito, o professor do Instituto Superior Técnico (IST) começou por dizer que discorda totalmente da utilização do termo “transformação digital”: «É um nome mal escolhido porque só pode ser percebido por nós que estamos nesta área e por mais ninguém. Por isso, eu prefiro falar em transformação biónica.»
Na realidade, e tendo em conta o enquadramento actual, «o ser humano está a evoluir para algo a que chamo realidade biónica e que faz parte da evolução natural», disse Tribolet.
Já em termos de mercado, José Tribolet considera que existe, em Portugal «pouca cultura de cooperação» entre as empresas. Na verdade, «pensa-se sempre que, estando a cooperar, estou a ajudar o meu inimigo, não havendo a ideia de uma coopetição saudável».
Mas a realidade é que em Portugal «estamos todos a caminhar para o abismo sem nada fazer» até porque «o que está a acontecer com a fuga dos nossos recursos qualificados para o estrangeiro é verdadeiramente preocupante», diz o professor Tribolet.
O facto é que «qualquer profissional que seja bom nesta área não fica muito tempo no nosso país» motivo pelo qual Tribolet defende que «temos que “produzir” urgentemente pessoas e competências nesta área já que o País está “todo roto”».
O professor aproveita para deixar o exemplo do que se está a fazer actualmente no IST neste campo: «Estamos a produzir técnicos especializados e já temos um contrato de serviço nesta área com uma entidade específica.»
José Tribolet entende que «nem todas as empresas terão capacidade para suportar este tipo de custos» pelo que, voltando ao início da sua keynote, fala mais uma vez na necessidade de «se associarem para suportar custos».
E Tribolet termina com um alerta a todos os empresários nacionais: «O principal constrangimento do desenvolvimento económico e social do País não é a falta de dinheiro mas sim a falta de recursos humanos.»
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