Nenhuma fintech portuguesa no ranking mundial de 2017
O ranking mundial de fintechs mais inovadoras do mundo não inclui nenhuma empresa portuguesa em 2017, ao contrário do que aconteceu na edição do ano passado, em que a Feedzai foi distinguida. A lista Fintech100 contém as 50 líderes mundiais do segmento, classificadas com base na inovação, operações de aumento de capital, dimensão e alcance, e as 50 empresas emergentes que estão na vanguarda da tecnologia e de práticas inovadoras.
Trata-se de um ranking elaborado pela firma de investimento em fintechs H2 Ventures e a KPMG. Há duas tendências fortes este ano: os chineses estão a dominar o top 10, mas são os Estados Unidos o país mais representado, com 19 empresas. «As empresas disruptivas dominam este ranking. Isto reforça o reconhecimento do potencial transformador que as fintech podem ter na indústria dos serviços financeiros, algo para que temos vindo a alertar», comenta Vítor Ribeirinho, deputy chairman e responsável pela área de Financial Services da KPMG Portugal.
De facto, as empresas consideradas disruptoras – isto é, focadas em romper com os modelos tradicionais – representam 73% do ranking Fintech100. «No entanto, acreditamos que continuarão a ser relevantes os projectos de cooperação com instituições financeiras, que permitem o desenvolvimento de novas soluções ou a melhoria de produtos e serviços existentes», ressalva Vitor Ribeirinho.
Em termos de sectores, as empresas focadas em crédito (32) e pagamentos (21) continuam a liderar. Por outro lado, há 15 empresas que operam na área de transações/mercados de capitais e 12 em Insurtech (seguros). Nota-se também um aumento do número de países representados: são agora 29, contra os 22 da edição do ano passado. A região Ásia-Pacífico aumenta a presença, com 30 fintechs na lista, enquanto o Reino Unido e a região da Europa, Médio-Oriente e África dominam nas emergentes, com 26 registos. No global, o ranking inclui 41 empresas do Reino Unido e EMEA, 29 do continente americano e 30 da região Ásia-Pacífico (incluindo Austrália e Nova Zelândia).
Um dos motivos para esta aceleração da inovação é a regulamentação sobre open banking no Reino Unido, Europa, Estados Unidos e Austrália, que tem sido um importante catalisador. Cerca de 15 empresas incluídas no Fintech100 estão a trabalhar em áreas relacionadas com esta temática. A KPMG tinha divulgado na semana passada um outro estudo sobre este segmento, “Pulse of Fintech”, no qual sublinhou a capacidade das empresas atraírem capital e investimento. Uma situação que que Nasser Sattar, head of advisory da KPMG Portugal, diz também ser verificada nas empresas que constituem esta lista.«Só o Top 50 deste ranking captou, no seu conjunto, quase cinco mil milhões de dólares de investimento no ano passado», contabiliza este responsável. A maior fatia foi conseguida pela chinesa ZhongAn, que angariou 1,5 mil milhões de dólares no seu IPO. «É inegável que as fintech serão a alavanca para a transformação da indústria», reconhece Nasser Sattar.
Top 10 do Fintech100 2017
- Ant Financial – China
- ZhongAn – China
- Qudian (Qufenqi) – China
- Oscar – EUA
- Avant – EUA
- Lufax – China
- Kreditech – Alemanha
- Atom Bank – Reino Unido
- JD Finance – China
- Kabbage – EUA
A lista completa e o relatório podem ser descarregados aqui.
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