CE diz sim à aquisição do LinkedIN pela Microsoft mas com condições

A Comissão Europeia deu esta quarta-feira luz verde à compra do LinkedIN pela Microsoft, mas o negócio só avança se a gigante do software der um conjunto de garantias.
A análise dos reguladores europeus concluiu que a Microsoft pode concretizar a aquisição da rede social profissional LinkedIN, já que a atividade das suas empresas é complementar na maioria das áreas.
No entanto, identificou algumas áreas de sobreposição e é por causa delas que define condições para deixar passar o negócio.
Numa nota divulgada no seu site, a CE explica que analisou a operação em três áreas principais: serviços de rede social profissionais; soluções de CRM (gestão de relacionamento com o cliente) e serviços de publicidade online. Na terceira não encontrou sobreposições relevantes, mas nas outras duas sim.
Constitui uma preocupação para as autoridades europeias a forma como a Microsoft pode usar a sua forte presença nos sistemas operativos e no software de produtividade para PC, para fortalecer a posição do LinkedIN na área das redes sociais profissionais. Defende na nota que isso poderia ser um entrave ao surgimento ou crescimento de outros serviços do mesmo género.
Na área das ferramentas que ajudam a gerir o relacionamento com os utilizadores, a concorrência europeia teme a possibilidade de a Microsoft vir a limitar o acesso dos concorrentes à informação constante das bases de dados do LinkedIN, ou possíveis pressões para que os clientes da rede social comprem também os produtos da Microsoft na mesma área (CRM).
Para assegurar que nenhuma destas ameaças se concretiza definiu medidas que vão vigorar por um período de cinco anos. Garantir que os fabricantes de computadores e distribuidores serão livres de não instalar o LinkedIN no Windows e que, quando o façam, deixem ao utilizador a possibilidade de remover o software é o primeiro objetivo.
Assegurar que os serviços de redes sociais profissionais mantêm os níveis atuais de interoperabilidade com as interfaces de programação das aplicações do Office e que o acesso ao Microsoft Graph (uma API unificada para os serviços de produtividade do Office) continuará a ser aberto é outra meta da CE, que promete ficar de olho na dona do Windows.
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