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A chegada do 5G também vai significar comunicações mais caras

Publicado em 18 Outubro 2017 por Ntech.news - Rui da Rocha Ferreira | 1582 Visualizações

Redes 5G

Os primeiros testes públicos de redes 5G em Portugal começaram este mês e no geral os operadores de telecomunicações de todo o mundo estão a preparar-se para o lançamento desta nova geração de redes: 78% dizem estar já a realizar testes com tecnologia 5G. Esta acaba por ser uma das grandes conclusões do estudo 5G Readiness elaborado pela Ericsson.

Mas no relatório há elementos que acabam por ser mais interessantes – como as ideias que os operadores de telecomunicações têm sobre o formato de monetização das redes 5G. A Ericsson escreve mesmo que o tema da monetização é o «grande elefante na sala».

Apesar de a tecnologia ainda estar em fase de desenvolvimento – querendo isto dizer que os planos dos operadores podem mudar de forma significativa nos próximos anos -, o que conta por agora são as intenções partilhadas. E 23% dos operadores de telecomunicações inquiridos disseram que pretendem ganhar dinheiro trazendo clientes das suas redes 4G para as redes 5G, cobrando mais pelos típicos serviços de comunicação, algo que se justificará pelas novas funcionalidades que a nova rede possibilita.

Ou seja, a chegada do 5G também vai significar comunicações mais caras para os consumidores, para as empresas e para as indústrias especializadas. Não em todos os casos, mas é um dos planos que está em cima da mesa. O aumento dos preços dos serviços em redes 5G quando comparado com redes 4G foi mesmo um dos dois planos mais apontados pelos operadores para a rentabilização do investimento na tecnologia – o outro passa por roubar quota de mercado à concorrência com base na performance e nas novas funcionalidades das suas redes 5G.

Por outro lado, as empresas do sector também estão conscientes que os consumidores já não têm muito dinheiro para gastar em telecomunicações – algo que foi reconhecido por 64% dos inquiridos.

Em termos de intenções de monetização, os operadores de telecomunicações começam ainda a perceber que o 5G não será tanto uma rede dedicada aos consumidores finais, tendo reservado um papel muito importante noutros segmentos de mercado. Se no ano passado 90% dos respondentes diziam querer monetizar o 5G maioritariamente através do mercado de consumo, o valor baixou para 52% em 2017.

Em alternativa os operadores querem explorar melhor o segmento empresarial e as indústrias especializadas. Os segmento de media, entretenimento, automóveis e transportes públicos estão neste momento no topo das prioridades para uma monetização fora do mercado de consumo. A evolução da Internet das Coisas (IoT na sigla em inglês) também é apontado como outro provável e importante fluxo de receitas.

Ao todo foram entrevistados 50 executivos de áreas de negócio e de áreas técnicas que trabalham para 37 operadores de todo o mundo e que já anunciaram publicamente que estão a trabalhar no 5G. O inquérito foi realizado durante o mês de agosto. Os interessados podem descarregar uma versão completa do relatório aqui.


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