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Chegou a hora da tecnologia colocar ao serviço da humanidade o melhor de si

Ângela Brandão, Vice-Presidente da PRIMAVERA BSS

Publicado em 13 Abril 2020 | 3184 Visualizações

Vivemos um momento completamente inesperado e extraordinário. Nenhum de nós, em nenhum momento, terá imaginado que um dia pudesse estar a viver a realidade imposta pelo novo Coronavírus.

Começamos por ver notícias de outros países, mas que no mundo globalizado se tornaram cada vez mais próximas. Rapidamente fecharam empresas, outras viram-se obrigadas a dispensar muitos trabalhadores, encerraram creches e escolas e observamos a digitalização acelerada de processos de aprendizagem de alunos e professores. E como que por milagre, fomos abençoados por enormes profissionais de saúde e ação social, de segurança pública, de distribuição, da indústria e de outros serviços essenciais, que com determinação e valentia, cumprem diariamente um papel heróico que a vida inesperadamente lhes reservou.

Por isso, para profissionais do setor das tecnologias, como eu, o desafio é muito mais pequeno do que o destes nossos heróis que estão na linha da frente da batalha, dando o corpo às “balas” e enfrentando destemidamente este inimigo poderoso. A nossa arte é digitalizar. Tornar informação, processos e decisões mais fáceis e à distância de um click. E foi dessa forma, quase natural, que a Primavera, como muitas outras empresas e organizações, se tornou em apenas alguns dias numa empresa global de produção de software em completo teletrabalho. Sempre vigilantes, antecipamo-nos ao Estado de Emergência e quase que surpreendemos alguns dos nossos clientes e parceiros, que num misto de admiração e surpresa nos questionavam sobre a opção. Mas gradualmente, também eles nos seguiram e em pouco tempo uniformizamos plataformas e processos de comunicação.

Se ficou tudo na mesma? Não, não ficou. Fechámos salas de formação presencial em vários países. Suspendemos processos comercias e atividades presenciais em projetos. Mas de imediato, e quase como por instinto de sobrevivência, adaptamo-nos, inovamos e reinventamo-nos. Soubemos logo que a par da ameaça para a saúde pública, a ameaça à economia e às empresas nossas clientes não se faria esperar. E tomámos importantes decisões: proteger coletivamente os nossos colaboradores, apoiar os nossos clientes com determinação e reforçar a confiança nos nossos parceiros, com investimento em conhecimento e em formação, que tornámos totalmente gratuita.

Em apenas duas semanas, reabrimos as nossas salas de formação em modelo de virtual classrooms, para mais de 800 formandos. Foram semanas de muito trabalho e de grande criatividade, em que perante a adversidade, todas as equipas, sem exceção, se uniram e se superaram.

Em paralelo e cada vez mais conscientes das fragilidades sociais e das necessidades mais urgentes da saúde pública, multiplicaram-se as iniciativas de responsabilidade social. E essa é talvez uma das maiores surpresas deste momento, a naturalidade com que o isolamento e a solidariedade se tocam e se complementam. E apesar da atenção à família, dos dias de trabalho cada vez mais longos e das inúmeras videoconferências, multiplicaram-se projetos solidários que irão procurar levar a crianças, professores, profissionais de saúde e a instituições sociais mais recursos e muita esperança.

E, finalmente, como se estivéssemos todos estes anos a ser preparados para este momento, concluímos que o mundo nunca voltará a ser como era.  E que as tecnologias que achamos que tinham evoluído muito rapidamente nos últimos 30 anos, só agora verdadeiramente estão a ser postas à prova. Porque chegou a hora de a tecnologia colocar ao serviço da humanidade o melhor de si em soluções, conhecimento e inovação.

Ao serviço da ciência para que tão rapidamente se descubram e fabriquem os fármacos que nos ajudem nesta batalha pela vida.  Ao serviço da economia, para minimizar a destruição de empresas, maximizar a produtividade dos setores de atividade mais essenciais e potenciar o relacionamento digital com consumidores. Ou ao serviço da sociedade em geral para que todos sejam envolvidos nesta onda digital, inclusivamente os mais frágeis e os mais excluídos.

Por tudo isto, os profissionais das tecnologias como eu devem olhar para o futuro com esta grande responsabilidade de inovar e criar valor orientado a estes desafios. E com a confiança de que seremos capazes de ganhar esta guerra e sair dela ainda mais fortes.


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